Saúde mental: Busca por ajuda psicológica cresce com o confinamento e alerta para debate sobre saúde mental no pós-pandemia
Existem alguns fatores, como a própria pandemia, que colaboram para o aumento do número de pessoas sofrendo com algum tipo de transtorno mental – sendo os mais comuns a ansiedade e a depressão. Devido ao confinamento, parte da população perdeu o convívio social e teve de adaptar sua rotina apenas para o ambiente de casa.
A psicóloga Aila Cardial explica que esses fatores implicam na busca por tratamentos e faz com que muitas pessoas procurem o atendimento dos profissionais de saúde mental: “A falta de socialização e o contexto sociocultural atual contribuem para esse aumento. Se uma pessoa já tem uma pré-disposição ou um diagnóstico relacionado a algum transtorno psicológico, isso tende a aumentar com o estresse vivido na quarentena”.
O próprio confinamento, o estresse, a incerteza do futuro, a insegurança e a rotina podem levar a um agravamento de transtornos relacionados a saúde mental. “Esse mix de sentimentos que vieram com a pandemia agravam muito alguns casos de pessoas que já tinham algum problema e podem desencadear transtornos em pessoas que nunca tiveram. Todo esse medo e a insegurança causados pela pandemia, principalmente para os profissionais que estão na linha de frente, aumenta”, explica Aila.
Sintomas mais comuns da depressão
A depressão tem vários sintomas relacionados ao grau: leve, moderado e grave. São eles:
- Mudanças de humor
- Sensação de vazio
- Sentimentos de desesperança
- Pessimismo
- Perda do interesse por atividades que costumava gostar de fazer
- Perda do apetite
- Cansaço excessivo
- Apatia
É importante saber identificar esses sintomas para ajudar as pessoas que podem estar sofrendo do problema. Assim, é possível indicar o melhor tratamento e encaminhá-las para os profissionais adequados para cuidar especificamente disso. “A depressão é a terceira doença que mais mata no mundo e, percebendo os sintomas, podemos prevenir, inclusive, o suicídio”, complementa Aila.
Psicoeducação: debate sobre saúde mental cresce, mas o tabu ainda existe
Segundo Aila, buscar informações é muito importante, pois a desinformação gera preconceito e intensifica o tabu. “A ignorância da população é prejudicial para várias áreas, mas principalmente no contexto da saúde mental. Pela falta de conhecimento, as pessoas tendem a achar que é ‘besteira’ e banalizam o tema”.
Aila explica que é importante tratar do assunto com naturalidade e leveza para que aconteça o diálogo – fundamental para a educação da população quando o assunto é saúde mental. “As pessoas geralmente não estão preparadas para ter essa conversa e as pessoas mais próximas podem reconhecer isso e conversar com quem está sofrendo, o que ajuda muito no tratamento”.
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