Os hábitos alimentares são regidos por vários fatores como religião, meio ambiente, economia, meio social e a própria preferência do indivíduo.

Este termo se refere a como e por que as pessoas comem. Considerar a quantidade e como as pessoas obtêm estes alimentos, também faz parte dos hábitos alimentares.

Quando refletimos sobre alimentação, podemos nos questionar quando estes hábitos se iniciam e logo nos lembramos da infância.

Os hábitos alimentares e a infância

Nos primeiros dois anos de vida, as crianças aprendem e constroem todo tipo de conhecimento. É neste momento que se formam também as preferências alimentares. Porém, os hábitos alimentares têm início ainda na gestação.

Dentro do útero, o bebê é exposto a uma variedade de estímulos sensoriais. Suas papilas gustativas surgem entre a sétima e oitava semana de gestação. Segundo alguns estudos, é possível que estas experiências intrauterinas contribuam para as preferências de sabores.

Para criar bons hábitos alimentares na criança é necessário que o aleitamento materno seja exclusivo até o sexto mês e a introdução alimentar seja oferecida corretamente.

É importante que durante a introdução alimentar sejam oferecidos diferentes alimentos para auxiliar na aquisição de uma alimentação variada, o que constitui uma das premissas fundamentais para uma alimentação saudável.

Como o bebê está desenvolvendo o hábito alimentar, é necessário que cada alimento seja oferecido pelo menos cinco vezes. Isso fará com que ele tenha contato com o mesmo alimento em momentos diferentes e de forma diferente, possibilitando a aceitação do que está sendo oferecido.

A infância é o melhor período para inserir os alimentos que trazem maior quantidade de nutrientes para o corpo. Mas em alguns momentos acontece a rejeição destes alimentos.

Rejeição de alimentos e alimentação seletiva

A partir dos quatro anos, as crianças passam a ser mais seletivas e podem rejeitar alguns alimentos. Isso pode ser interpretado erroneamente pela família como aversão ao alimento, que acaba por retirá-lo do cardápio da criança.

Quando ela rejeita o alimento o ideal é que a família continue oferecendo este alimento e incentivando o consumo variado de alimentos saudáveis. Isso ajudará a diminuir a neofobia, que é o comportamento de rejeitar novos alimentos.

Apresentar este alimento em receitas diferentes e em refeições diferentes, pode fazer com que a criança tenha uma melhor aceitação.

Características de uma alimentação saudável  

Tudo se baseia no consumo equilibrado de frutas, vegetais, legumes, cereais, frutos secos ou sementes, carnes, peixes e laticínios.

Para ter uma alimentação saudável, é necessário que se ingira pelo menos uma porção de cada grupo de alimentos dentre os três existentes que são:

  • construtores (proteínas), como leite, ovos, queijo, peixe, frango, soja, lentilha, ervilha e feijão;
  • reguladores (vitaminas, fibras e minerais), como legumes, verduras, frutas e vegetais;
  • energéticos (carboidratos e lipídios), como o pão, macarrão, milho, arroz, batata, açúcares, farinhas, mel e bolos.

Dicas para motivar a alimentação saudável na criança

O primeiro passo para motivar os hábitos de alimentação saudável é ser exemplo.

Quando os familiares se alimentam de forma saudável, isso estimulará a criança a fazer o mesmo.

Confira algumas dicas:

  • Crie uma rotina e faça todas as refeições, deixando de fora aparelhos eletrônicos. Isso fará com que a criança entenda que existe horário e lugar certo para as refeições.
  • Sempre que possível, faça pelo menos uma refeição com o seu filho. Isso ajudará a fortalecer o relacionamento familiar e criar hábitos de alimentação saudável.
  • Utilize alimentos que fazem parte da cultura alimentar da família, pois isso é muito importante na formação de hábitos alimentares. Valorize as receitas da família e adapte aquelas que tenham excesso de sal, açúcar e gordura.
  • Não faça seu filho criar uma relação confusa com a alimentação. Premiá-lo com doces poderá fazê-lo pensar que os doces são alimentos mais valiosos e desejá-los. Ao invés disso, oferte alimentos de qualidade, rico em comidas de verdade que não são industrializadas.
  • Convide a criança para participar do preparo dos alimentos e da escolha deles no supermercado ou feira. Isso cria a curiosidade e por muitas vezes faz com que as crianças provem e gostem mais dos alimentos, por eles terem realizado o preparo e a escolha.
  • Lembre-se de que os hábitos alimentares continuam em formação, portanto, quanto mais natural for o preparo do alimento, mais saudável ele será para a criança. Utilize temperos frescos como cebola, alho, salsinha, cebolinha, manjericão, orégano, tomilho. São ótimos substitutos para o sal.

Criar hábitos saldáveis desde a infância, fará com que a criança se torne um adulto que mantem uma alimentação de qualidade.

Tá Na Mesa

A Paraná Clínicas tem um programa especialmente voltado para o estímulo da alimentação saudável das crianças, visando o combate à obesidade infantil e outros transtornos alimentares. É o Tá na Mesa, que faz parte do Priori e é oferecido gratuitamente aos nossos beneficiários.

O programa promove encontros lúdicos, nos quais as crianças e suas famílias podem aprender mais sobre hábitos alimentares. A atividade conta com o apoio de uma nutricionista que interpreta a personagem “Madame Alimentícia”. Ela interage com os jovens, possibilitando aos mesmos o encantamento com o assunto.

Através de brincadeiras, canções e experiências educativas a criança interage, reconhece e aprende novos sabores. Após cada encontro a criança tem seu acompanhamento ambulatorial com a nutricionista que avalia e propõe o tratamento mais indicado a cada caso.

Fique atento e acompanhe as próximas datas no blog e nas nossas redes sociais.

 

 

Fontes: Nutricionista Dagmarcia Neuza David – CRN8-183