Inteligência Artificial e Tecnologia, aliadas para ajudar pacientes e portadores de doenças crônicas.
Hoje há inúmeras tecnologias que contam com apoio da inteligência artificial. Entre as empresas, 7 em cada 10 utilizam de mecanismos de inteligência artificial. Dentro da área de saúde, para avaliação de dados macros, muitas empresas e governos também utilizam destas ferramentas. Na prática médica aplicada ao paciente e ações focadas na qualidade de vida, não é diferente. Hoje a inteligência artificial está inserida, por exemplo, em monitoramento de pacientes com problemas cardíacos; também na radiologia, no auxílio na interpretação de imagens e ainda na área cirúrgica, com a presença de robôs.
Dentro de nossas casas, com um smartphone temos acesso a diferentes tipos de IA. Existem inúmeros aplicativos que orientam as pessoas sobre o momento e quantidade de água que a pessoa ingeriu no dia, aplicativos com orientação de exercícios aeróbicos em casa, monitoramento de frequência cardíaca, contagem calórica média dos alimentos consumidos e etc. Os smartwatches também são uma alternativa, contabilizando passos, medindo a frequência cardíaca, a média de perda calórica ao realizar exercícios e verificando a saturação, dentre outros.
IA e suas utilidades para a medicina
Com o aperfeiçoamento da IA, a medicina tem muito a ganhar, pois é possível monitorar os pacientes mesmo remotamente, e caso este paciente apresente alguma alteração nas métricas utilizadas, pode buscar um hospital ou o seu médico mais rapidamente.
Evidentemente há uma preocupação de não desumanizar o atendimento médico. Estas ferramentas existem e serão criadas para nos auxiliar, mas ainda não substituem uma avaliação global do quadro do paciente pelo médico. Os ganhos também continuarão nas áreas médicas que já se beneficiam disso.
Os campos da medicina usam mais tecnologia e inteligência artificial
Hoje as áreas que mais utilizam inteligência artificial são as especialidades cirúrgicas, cirurgias minimamente invasivas com auxílio de robôs, radiologia e patologia dentre outras. A parte de imagens sempre está em atualização e há IA inserida neste contexto – os softwares auxiliam o médico, pois realizam comparações entre uma imagem anterior e o novo exame, mostrando pequenas alterações no realce de imagens. De qualquer modo, o médico sempre precisa avaliar o que o “computador” está informando.
No futuro ainda não poderemos dizer que a IA poderá dar um diagnóstico.
Os avanços em tecnologia progridem em escala logarítmica, e ainda existe um horizonte mais distante para dar um diagnóstico preciso, além disso em muitos casos não determinarão o tratamento.
Hoje, com informações mais básicas é possível avaliar via celular, mas um diagnóstico é algo sempre mais complexo. É preciso entender que a IA utilizará de dados/algoritmos para dar uma “resposta”, mas o fator humano e a humanização do atendimento médico não serão substituídos nas próximas décadas. O médico utilizará destas ferramentas para se aperfeiçoar e usá-las a seu favor.
Prevenção de doenças, alertas para médicos e pacientes, mas, na prática, nada substituirá o médico
Conseguimos extrair alguns dados com o uso da IA, mas até o momento não há um app que substitua a prática médica. O contato médico-paciente é essencial em termos de saúde. Os Apps atuam como coadjuvantes, podendo lembrar o paciente do momento de tomar um medicamento, fazendo uma curva histórica dos valores de glicose (para pacientes diabéticos), pressão arterial, frequência cardíaca.
A ajuda que a IA oferece na prevenção de doenças
Há inúmeros apps que auxiliam ou recordam as pessoas para a ingestão adequada de água, fazem contagem aproximada de calorias nas alimentações, orientações sobre prática de exercícios, acompanhamento de performance para atletas em relação aos seus treinos (média de queima calórica, frequência cardíaca mínima, média e máxima).
Todas estas ações nos auxiliam e contribuem para a percepção das pessoas do quão importante é manter uma dieta equilibrada, prática de atividades para se manter ativo.
Há também softwares que auxiliam os patologistas em relação ao câncer de esôfago, estudo este desenvolvido por pesquisadores brasileiros da FMUSP e ICESP. Há outros que relatam que com base na voz do paciente há a chance de se avaliar a saúde mental do paciente, bem como seu quadro cognitivo e até auxiliar no diagnóstico de Alzheimer.
A política pública mundial com apoio IA pode ser usada para prever uma epidemia ou até uma pandemia
Existem alguns estudos que utilizam da IA e que avaliam em diferentes métricas e algoritmos a chance de um determinado lugar “gerar” um patógeno (fungos, vírus e bactérias) e com isso a possibilidade deste patógeno gerar um surto, epidemia ou pandemia.
A própria OMS criou um grupo específico para avaliar a chance de uma nova Epidemia ou Pandemia, trata-se do Grupo de Aconselhamento Científico Sobre as Origens de Novos Patógenos (ou Sago, na sigla em inglês). Em diferentes locais do planeta eles avaliam a chance de surgimento de um novo patógeno, sobretudo os virais. Hoje existe um plano de contingência quando uma nova Pandemia acontecer. Com estas informações podemos tomar atitudes mais efetivas para se minimizar os impactos destas doenças na sociedade.
Fonte: Eduardo Roberto Pedroso Senter – CRM/PR 37275 – Clínico geral e Médico Coordenador da Paraná Clínicas